O governo de Udo Döhler (PMDB) aposta em projeto polêmico para economizar na área da saúde. Nascendo impopular, a chamada reestruturação das unidades de atenção básica prevê o encerramento das atividades de alguns postos de saúde. Caso aconteça, os moradores de algumas regiões de Joinville teriam que andar mais em busca do atendimento.
De acordo com a prefeitura, a intenção é avaliar as demandas no setor e fechar as estruturas que não possuem grande procura. Por outro lado, as unidades principais serão melhoradas para receber mais pacientes. O Executivo espera com isso melhorar o atendimento à população.
O objetivo principal da reestruturação é diminuir o aluguel pago pela prefeitura. Atualmente, segundo o secretário de Saúde, Armando Dias, a maior parte do gasto do Executivo com locação é por causa dos postos. Atualmente há 55 UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) em Joinville.
Posto de saúde do bairro Comasa, na zona Leste, é uma das estruturas que correm risco de ser fechadas
Posto de saúde do bairro Comasa, na zona Leste, é uma das estruturas que correm risco de ser fechadas
Porém, mesmo sem saber se vai perder ou não o postinho de seu bairro, a população não ouve a ideia sem contestar e reclamar. Ao visitar a UBSF do Comasa, zona Leste da cidade, a reportagem da Gazeta fez uma pequena enquete com os pacientes. Por unanimidade, ninguém quer perder o atendimento. Alguns moradores não conhecem o projeto, mas não aceitam ficar sem a unidade, mesmo enfrentando fila ou falta de médicos. No bairro só existe um postinho. O outro, que ficava no vizinho Espinheiros, fechou para uma reforma.
O projeto da Prefeitura ainda está em fase de estudo. Mas deve começar a ser colocado em prática com a inauguração das novas estruturas que são reformadas. A intenção é reduzir os 55 postinhos para cerca de 30 – o número não é certo.
Comissão quer explicações
Os planos da prefeitura vão passar por discussão na Câmara de Vereadores. A Comissão de Finanças, presidida pelo vereador Patrício Destro (PSD), convidou o secretário Armando Dias para explicar a reestruturação. Até o fechamento desta edição não havia confirmação da visita ao Legislativo.